Máfia médica

Certas coisas me deixam indignada nesta vida.
Hoje, depois de um ano trabalhando na mesma empresa e postergando ao máximo, fui fazer aquele bendito exame admissional, que as empresas necessitam para efetuar a contratação de um funcionário.
Peguei o endereço do médico com minha querida financeira e lá fui eu, na hora do almoço, fazer a consulta básica.
Chegando no tal endereço, me dirigi ao segundo andar e toquei na campainha. Depois de tocar umas três vezes sem resposta, desci e fui me informar com o porteiro do prédio sobre o horário de funcionamento do consultório.
Qual não foi minha surpresa ao descobrir que o consultório não funcionava mais há seis meses por que o médico tinha morrido !! Não me contive, caí na gargalhada e o porteiro também.
Fui atrás de outro médico ali perto, porque médico do trabalho no centro da cidade é que nem camelô, um em cada esquina.
Chegando no segundo consultório, fui atendida por recepcionistas que pareciam saídos da fila do Sine, preenchi uma fichinha chata, paguei a consulta e já fui direcionada ao "consultório".
Entrando naquele recinto magnífico, o "doutor" me atendeu de porta aberta. Colocou um medidor de pressão no meu braço (que devia ter a mesma idade dele, uns 467 anos), inflou o trocinho, desinflou o trocinho e sequer olhou para os ponteirinhos. Anotou na minha ficha uma pressão que eu nunca tive na vida, nem se eu bebesse molho shoyo de canudinho.
Em seguida colocou o estetoscópio no ouvido e foi escutar meu pulmão. Com a rapidez com que ele mudava a "bolinha" do estetoscópio de posição, ele não me escutaria nem que tivesse uma bateria de escola de samba no meu pulmão. Escutou aqui, ali e acolá, passou pra frente, escutou meu coração e me liberou com um atestado na mão.
Detalhe, eu prendi a respiração durante todo o tempo e o velho sequer percebeu !!
Agora me diz: pra que perder tempo ?
Era mais fácil depositar o dinheiro na conta do médico e ele mandava o atestado por e-mail.
Hellooo, estamos na era da informática ...hahaha